quarta-feira

Dia 7 = Sahagun - Léon

Dia: 25/04/07
Distancia Percorrida: 66,26 Km
Tempo de Pedal: 4h 46m 20s
Tempo total do dia: 7h 33m
Velocidade maxima: 45,5 km/h
Velocidade Media: 17,6 km/h
Km totais percorridos: 505,27 Km
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Deixei Sahagun bem cedo, por volta das 07:00h, e já na saída tive que me preparar para a chuva. Muita chuva e vento.
Já havia pedalado na neblina, neve, frio, vento, nublado e sol, muito sol. Faltava a chuva.
E que bom que ela veio, fina, mas constante. Em todos os povoados, ouvimos que a falta de chuva vem trazendo perdas na lavoura, e que a cada ano a situaçao piora,,,

No caminho parei em um povoado para recuperar as energias e beber um café com leite bem quente, para aquecer. Foi incrivel ver uma senhora que acabara de chegar em seu trator, para abrir o bar. Fui o primeiro cliente do dia, e ela achou graça quando mostrei-lhe, em um mapa, onde fica o Brasil.
"- Mui distante, deve estar mutcho cansado!" Expliquei-lhe que estava em Portugal,,,

Cheguei em Leon por volta das 14:00h. A ideia era apenas trocar as meias, que estavam encharcadas, almoçar, "calçar um saco plastico nos pes" e seguir caminho, e, mesmo com disposiçao para pedalar mais quilometros, resolvi parar para colocar "a casa em ordem". Ler emails, actualizar o blog, lavar umas roupas, e tentar colocar algumas fotos. Mas colocar fotos, ainda nada,,,

Todos os albergues municipais possuem internet, mas, dependendo da hora, existem muitas pessoas na fila de espera. Geralmente sao turnos de 15 a 30 min para cada um, e nao existem conectores para descarregarmos a maquina digital, ou as conexoes sao muito lentas.

No mais, estou na net desde as 15:00h. Agora sao 18:00h, e vou dar uma volta na cidade com a Katia, que acaba de chegar! E a chuva abrandou!


Um grande beijo e abraço a todos voces que vem pedalando comigo e deixando mensagens de apoio. Obrigado pela força! Mesmo! Nao imaginam o quanto de animo que isso traz!

Ultreya!

Dia 6 = Castrojeriz - Sahagun

Dia: 24/04/07
Distancia Percorrida: 87,77 Km
Tempo de Pedal: 6h 16m 13s
Tempo total do dia: 9h 27m
Velocidade maxima: 48,7 km/h
Velocidade Media: 14 km/h
Km totais percorridos: 439 Km
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Levantei-me as 6:00h. Tomei o café da manha com a Katia e mais tres peregrinas argentinas.
Hoje o dia é duro já no começo, com uma longa montanha para vencermos.

Todos sairam na frente enquanto eu arrumava as minhas coisas. Mais tarde cruzaria com eles pelo caminho. Isso é diário, geralmente sou o ultimo a sair do albergue e despues vamos nos encontrando ao longo do dia,,, vou passando, desejando um "buen camino" e dizendo "adíos", e talvez nunca mais nos veremos. Sao pessoas que entram nos vagoes da nossa vida, e logo vao descendo nas suas estaçoes, mas enquanto estivermos no mesmo vagao, que aprendamos alguma coisa.

Posso dizer que depois de um grande esforço, seja a subida de um monte, seja o fim de um dia, seja o sacrificio que for, encontrar um peregrino e ve-lo abrir um sorriso largo e a desejar-nos um "buen camino", ou um simples acenar de cabeça, faz-nos mais fortes e grandes.
Isso é muito importante para alcançarmos os nossos objectivos.

Posso dizer também que, de nossa parte, oferecer um sorriso, um apoio, um gesto, ou um simples e cumplice olhar, faz-nos mais fortes e grandes, e isso tambem é muito importante para alcançarmos os nossos objectivos.

Talvez pela distancia percorrida no dia de ontem, ao fim deste dia senti-me bastante cansado, mesmo com o caminho paralelo a "la carretera" (rodovia).
Finalmente cheguei em Sahagun, e, solitariamente, tratei de ir ao supermercado comprar o jantar e meu café de amanha. Tao faminto estava que coloquei canela moida na lasanha, achando que era pimenta moida,,, mas estava uma dilícia.

Fui deitar-me bem cedo, sem dar a menor importancia ao barulho causado pelo grupo de ciclistas que acabara de chegar. Mais pareciam piratas. Mas como "ñ julgar" deve ser um lema, na manha segunte juntei-me a mesa e nos conhecemos um pouco mais.

Buen camino!

segunda-feira

Dia 5 = Belorado - Castrojeriz

Dia: 23/04/07
Distancia Percorrida: 96,61 Km
Tempo de Pedal: 7h 12m 25s
Tempo total: 10h 12m
Velocidade maxima: 55,5 km/h
Velocidade Media: 13,4 km/h
Km totais percorridos: 351,23 Km
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Hoje resolvi dar uma "esticada" no pedal para analisar como meu corpo se recupera.
Embora a distancia tenha sido longa, ñ haviam subidas desgastantes, tampouco temperaturas elevadas. Assim, despúes de analisar meu guia, pedalei a Castrojeriz.

O dia correu bem, mas dentro daquilo que imaginava.

Ao cjegar em Castrojeriz, fui a procura do albergue, como sempre.
Qual o meu espanto quando vejo que, para chegar ao albergue, teria que subir uma escadaria sem igual! E com a bike carregada!

Deixei a Lady Laura e subi sozinho. Ao chegar fui recepcionado por duas bonitas e jovens hospitaleiras. Estaria sonhando? Milagres del camino?? Obrigado Santiago, isso faz bem a vista e reacendem-nos os animos,,,

Antes de chegar ao albergue, pude observar que a cidade era bastante deserta, com várias placas de casas para venda. Parecia uma cidade fantasma, daí o meu espanto quando encontrei as jovens guapas.
Enfim, receberam-me com um sorriso amigo no rosto e, depois de apresentarmo-nos, e carimbos de praxe, deixei uma contribuiçao de 5 euros, já que ñ havia preço fixo.
Perguntei onde poderia deixar a bike. Responderam-me que era lá embaixo mesmo. Ainda bem que ñ subi com tudo,,,

Uma das meninas me acompanhou até a garagem, Bárbara. Quiz ajudar-me a subir com os alforges, mas, mesmo cansado, como poderia deixar uma beleza daquelas carregar peso? Acabei por entregar-lhe apenas minha pochete, e entao ouço um "Glaicon, Glaicon,,," hehe gostei.

Instalei-me, tomei meus banhos de água e gel, e fui a procura de comida, já que o único supermercado do povoado estava fechado, e a soluçao seria ir em uma taberna, e comer um menu "del dia".

Ri sozinho quando percebi que a unica opçao de comida, estava também fechado. E já retornava para o albergue, consciente e aceitando que meu jantar estaria resumido a duas bananas e meio pao, que trazia comigo desde cedo. Talvez comprasse uma coca cola.

No retorno ao albergue encontro uma jovem peregrina solitária, e ela pergunta-me, em español, onde fica o albergue. Nos apresentamos. Katia é o seu nome, italiana, de Roma, começou o caminho em Burgos, e pretendia alugar uma bike, mas ñ conseguiu. Agora, vai a pé. Ofereci-me para carregar a sua mochila e, na direçao do albergue, resolvemos ir a "busca" de algo para comer.
Passaram alguns cachorros por nós, mas como eram muito magros, deixamos de lado. Ríamos bastante, e a cidade parecia mesmo uma "cidade fantasma".

Por "sorte", a senhora do mini mercado apareceu "do nada", e a abriu o seu "estabelecimento". Como ñ havia nada pronto, nem por fazer, sugeri à Katia que fizéssemos o jantar no albergue.
Comprei massa, atum em lata, azeitonas, cogumelos e molho de tomate. Enfim, compramos o que havia no mercado, já que metade dele era de cigarros e guloseimas infantis.

Fomos ao albergue e qual ñ foi a nossa surpresa quando percebemos que ñ havia cozinha!!!
Olhamos um para o outro, e para o saco do supermercado.
Neste momento vimos outros rapazes hospitaleiros, e a Bárbara dirigiu-se a um deles e depois veio até nós, oferecendo a casa para que eu preparasse o jantar. Obrigado Bárbara!! Bár ba ra!

Enquanto a Katia ia para o banho, eu ia para a casa da Bárbara, que fica bem proximo dali. Disse-me que a família estava a tomar conta do albergue, que eles eram da cidade de Burgos, que a outra jovem era a sua irma, e o rapaz, noivo da irma. Hummm,,, Deixei meus contactos com eles, para o caso de aparecerem em Portugal. Gostaria de poder retribuir a hospitalidade.

Preparei o jantar e oferecemos também aos outros peregrinos. Carinhosamente a Katia disse-me que estava delicioso, mesmo. Rimos bastante, pois era uma massa, preparada por um brasileiro, que mora em Portugal, para uma italiana, em Espanha! "Coisas" do Caminho,,,

Ficamos na conversa até altas horas, e combinamos de nos encontrarmos em Léon, dois dias depois. E também de pedalar na Itália; na Grécia,,,
A noite estava linda, com céu limpo e milhares de estrelas. Isso é o Caminho de Santiago de Compostella. Compostella = campo de estrelas,,,

Foi uma ótima noite! Fim de um belo dia!
Obrigado!

Dia 4 = Logroño - Belorado

22/04/2007
Distancia Percorrida: 72,35 Km
Tempo de Pedal: 6h 26m 44s
Tempo total: 9h
Velocidade maxima: 48,5 km/h
Velocidade Media: 11,2 km/h
Km total percorridos: 254,57 Km
Fotos deste dia: Aqui.
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Pensava em terminar esta jornada na cidade de Nájera, que fica a cerca de 40 km de Logroño.
Mas o caminho foi sereno, mesmo com aquelas montanhas e com os 38ºC sobre o capacete.
Assim, cheguei em Nájera pelas 14:00h, indo direto ao albergue de peregrinos carimbar a credencial. O albergue abriria somente as 16:00h, mas o hospitaleiro, muito gentil, fez-me o favor de carimbá-la. Mais um sellito pasra colecçao,,,

Já passava da hora de "carimbar" alguma coisa no estomago, e agora a procura era por um restaurante ou supermercado.
Sinceramente, pouco me interessam os restaurantes com seus "menu del peregrino". O que mais satisfaz-me é "invadir" um supermercado e comprar as guloseimas, para entao fazer um pic-nic embaixo de uma arvore, na sua sombra, na grama, rodeada de flores; ou mesmo embaixo de uma ponte antiga, ou atras de uma "iglesia", ou na porta de uma fabrica de cerveja.
Paes, presunto, queijo, alface, tomate, iogurte, coca cola gelada, e as inseparaveis bananas (plátano). Como cai bem isso,,, e, de sobremesa, chocolates. Muitos. Aliás, um dos prazeres que tenho ao terminar minhas pedaladas é poder comer, sem remorsos, os meus 3 ou 4 kit kat. Mui bueno,,, y yo preciso de energías,,,

Ainda era muito cedo e as cidades sao razoavelmente pequenas, o que permite-nos conhece-las e fotografá-las em cerca de uma hora. Decidi ir um pouco mais adelante.

Ainda estava esticando as pernas na grama quando aparece, "do nada", a minha amiga Graziella. Que surpresa agradável! Eu já estava de partida, mas resolvi ficar mais um tempo e acompanha-la em seu almoço. Havia também outra mulher, Kaia, que veio da terra do Papai Noel, Finlandia. Kaia nao fala nada de espanhol, e fui o seu interprete para pedir o almoço. Espero que eu tenha acertado na escolha. Já ñ lembro-me o que pedi, mas como ela queria algo com sal, ñ foi difícil escolher no menu. Pela vontade com que ela comia, acho que acertei mesmo.

Elas comeram, e nós bebemos um vinho, e brindamos a vida e as alegrias do caminho!! Rimos, mais emoçoes, mais fotos. Pude saber um pouco mais da Grazi, e soube que ela faz parte de uma associaçao que cuida de crianças carente no Peru. Esta italiana ñ perde tempo,,, demais. Fez-me prometer que irei à Italia, e disse-me que tem 3 filhas lindas, mas que uma é já é casada,,, hehe

Despedimo-nos! Sabe-se lá quando nos veremos novamente,,,
Segui meu caminho, e ela o dela. O mais importante é que durante o tempo em que nossos caminhos se cruzaram, a troca de energias foi fantastica e emocionante. Juntos ganhamos com isso. Obrigado Graziella! Prometi enviar-lhe todas as fotos das flores que eu captar pelo caminho, e assim será.

Seguindo meu rumo, passei por Santo Domingo de La Calzada. Neste povoado existe uma Catedral, onde tem um galo. Até aí, nada de mais.
Mas existe também uma estória, onde diz, resumidamente, que, há séculos, um homem iria ser enforcado por um crime que, alegadamente, cometera. No dia da execuçao, a mulher deste homem foi aos lideres da comunidade, novamente, implorar pela inocencia do marido.
Mais uma vez os lideres riram-se da senhora, e um deles disse que a inocencia daquele homem era tao verdade quanto a possibilidade do galo, que estava na cozinha, a ser escaldado para o almoço, cantar depois de morto.

Mas assim foi: no momento em que foram dar a primeira garfada no bicho assado, sobre a mesa, o dito cujo cantou!! Cantou e livrou o homem da forca!
Desde aí, todos os peregrinos que passam pelo povoado dirigem-se à catedral, e quando o bichano canta, significa que o peregrino terá boa sorte um sua caminhada.

Mas hoje ñ havia galo para cantar, pois a catedral estava fechada. Ñ me preocupei, pois ainda ontem estava na mesa de jantar a ouvir o italiano Alberto "Galo" a cantar com sua gaita, as suas cançoes. Para mim e mais 3 pessoas. De uma forma ou de outra, em meu caminho, eu ouvi o galo cantar.

A passagem por S. D. de La Calzada foi breve; pois é bem pequeno. Dirigi-me entao para Belorado, e pretendia passar a noite ali .

O sol estava a escaldar-me, e nada da chegada de Belorado. Depois de muito sufoco, entrei em um povoado para tomar um sorvete. Foram dois cafés e dois Magnum. Delícia e energia para pedalar por mais 11 Km de subidas e descidas.

Finalmente chego a Belorado e procuro pelo albergue. Legal! Encontro-o, finalmente! Mas vem o hospitaleiro e diz-me que ñ havia mais "plazas" (vagas), e que deveria ir para o outro povoado, que ficava "somiente a 6 km"!!!
Quando ele me disse isso pensei: "Fala sério Sr. hospitaleiro!!! Ñ tenho mais forças nem para descer da bike!!" e ñ sei mais o que pensei, apenas disse, no meu mais sofrido e arranahdo espanhol: "Señor, yo estoy bastante cansado. Puedo dormir em la grama de su quintal???

E ele fica a me fitar, no fundo dos meus olhos, talvez para ver se era verdade,,, Perguntou-me de onde eu era. E eu, P* da vida, penso: "Po, este sujeito além de nao me ajudar, ainda quer saber de onde eu sou? Pra que? Pra marcar lá no caderninho que negou vaga pra um cidadao de ñ sei onde".
- Brasileño señor, mas vivo em Portugal a 4 años, e venho de Logroño, desde hoje pela mañana.
- Neste sol? Indaga ele.
- Sim, señor. É o nosso caminho, cierto? E hoje vou dormir em qualquer lado, mas ñ pedalo mais, mas mutchas gracias,,, e comecei a dar meia volta.

Ele pede-me para esperar, e logo volta com a esposa e com um molho de chave nas maos.
A chave é da casa deles, que fica por cima do albergue. Ainda em obras, está desativada, e por isso ainda ñ habitam. Mas estava espetacularmente própria para uma noite peregrina.
É um bonito apartamento, com água quente etc. O unico senao seria a poeira, mas que em nada me incomodou.

Solicitei o carimbo na credencial e perguntei o preço do pouso. Eles ñ queriam cobrar-me o valor do albergue, mas fiz questao de pagar os 7 euros, mais 3 euros de desayuno (café da manha).

Instalei-me. Tomei um otimo banho, e também um "banho" com gel para dores musculares.
Fui para a varanda, descansei os pés ao sol, cortei as unhas e bebi uma cervejinha, ñ necessariamente nesta orde. De ferro, só a Lady Laura!

Ouvi o chamado do Rámon e esposa. Estava servido o jantar, delicioso, a 8 euros para cada.
Já havia dito que jantaria com eles. Massa com chouriço, churrasco, peixe com ervilhas, paes e sumos.
Agora sim, o primeiro jantar a sério que eu saboreava em dias. Regado a um vinho mais delicioso ainda, tradicional da regiao de La Rioja.
Por fim, estavamos todos reunidos em sua mesa de jantar: Eu; dois jovens espanhois das Canárias; o Fernando, de Madri; uma moçoila que nao entendi o nome, nem de onde era; uma alema, que nao falava nada, mas ria-se muito; e um koreano, figuraça, que disseram-me depois ser sempre o primeiro a deixar o albergue, com uma lanterna ao peito, a iniciaa o seu caminho ainda na escuridao.

Quase tomamos um porre, e, na medida em que degustava o vinho, falava mais facilmente o espanhol,,, coisas de La Rioja,,,

Depois disso fui dormir. Meio tonto, mas sem fome, descansado, e muito feliz!

Mutchas gracias Ramón e espero que tenham gostado da bandeirinha do Brasil que deixei em vossa mesa!

Dia 3 = Estella - Logroño

Distancia Percorrida: 50,39 Km
Tempo de Pedal: 5h 10m 53s
Tempo total: 9h
Velocidade maxima: 52,5 km/h
Velocidade Media: 9,7 km/h
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Primeiro de tudo, muito obrigado a todos pelas demonstraçoes de carinho, isso realmente emociona e dá-nos força para superar os desafios.

So, sai de Estella as 08:00h de la mañana. Como praxe, levantei-me cedo, a las 6, com todos os peregrinos. Acordar ao som de Bob Marley, nas alturas, foi lindo! O Albergue Municipal era espetacular. Uma grande mesa de café da manha, com todos repartindo aquilo que foi comprado na noite anterior. Muita simplicidade, mas muita fartura,,,

Ñ escrevi isso no dia anterior por falta de tempo, mas ao fim do dia de ontem, quando dirigia-me para o meu beliche, para dormir, uma senhora que estava na cama ao lado puxou conversa; Graziella, uma italiana com seus 60 anos, uma energia só! Percorre o caminho a pé, mas esta fazendo parte do percurso de onibus, pois tem o joelho bastante machucado.
Ficamos na conversa até que apagassem as luzes. Ainda bem que ela "habla español", e eu no "portunhol", e no meu "bad english",,,

Enfim, entreguei-lhe um dos meus dois tubos de gel, para dor muscular, que levava comigo, já que o joelho tb é meu problema. Neste momento, pude ver seus olhos encherem-se de água, e claro que o meu idem. Identificamos algumas afinidades em comum, e rimos bastante disso tudo.

Ao levantar-me pela manha, encontro em minhas coisas um chocolate que ela deixou, carinhosamente, sem eu perceber. Esperou que eu montasse na bicicleta para tirar fotos e después despedimo-nos, com a certeza de que talvez nunca mais fossemos encontrar-nos.
Foi muito bonito.

Parti para o meu caminho. O dia foi bastante duro, por várias vezes tive que descer da bike para poder vencer os obstaculos, entretanto se torna cada vez mais compensador! Vale cada esforço, suado, aguerrido,,,

Depois de 5 povoados, cheguei em Logroño, e resolvi parar, pois dois motivos: um, pois ouvi meu joelho dizer ao corpo para ter piedade! E 2 porque a cidade é simplesmente linda! Na primavera entao,,, Procurei pelo albergue municipal e surpreendi-me com a organizaçao e tamanho do dito cujo. Fiquei por lá mesmo.

Agora estou na primeira cidade da regiao de La Rioja, e deixo para tras a regiao de Navarra. Ate chegar em Santiago, faltarao outras duas regioes, Castilla Y Leon e Galizia.

Ao instalar-me no albergue, resolvi dar uma geral na Lady Laura, pois era barro que só.
Estou lá concentrado e entao ouço meu nome. Era a Graziella! Que felicidade que foi aquele momento. Ela foi de onibus e, "coincidentemente" instalou-se naquele albergue,,, coisas do caminho,,,

Fomos passear pela cidade, e depois juntamo-nos a um grupo no albergue: Duas portuguesas, Fatima e Carmo, do Porto; um sueco da minha idade, Thomas, um italiano figuraça, Alberto, sessenta e tantos anos, ex alpinista, ex-marinheiro, ex sei lá o que mais, so sei que ele fala 5 linguas e ficamos todos ouvindo e cantando suas muisicas na gaita. Jantamos e fomos dormir,,, Saudade desta gente ,,,